Gigantes do Rock em Movimento: Ringo Starr confirma despedida dos Beatles e Robert Plant revisita o passado

O universo do rock britânico vive um momento de convergência histórica, onde o passado e o presente se entrelaçam através de seus maiores ícones sobreviventes. Enquanto Ringo Starr prepara o terreno para o que promete ser o capítulo final da discografia dos Beatles, Robert Plant, a eterna voz do Led Zeppelin, segue explorando novos horizontes musicais, sem deixar de reverenciar as amizades que moldaram sua trajetória.

O adeus definitivo dos Fab Four

Em uma recente conversa com a revista Variety, o lendário baterista Ringo Starr colocou um ponto final nas especulações sobre o futuro do arquivo musical da banda: a próxima música inédita a ser lançada será, efetivamente, a última novidade dos Beatles. A faixa nasce de uma colaboração entre Starr e Paul McCartney sobre uma demo gravada por John Lennon antes de sua morte, um material que já havia sido considerado para virar single nos anos 90, quando George Harrison ainda estava vivo.

Houve uma preocupação genuína por parte dos fãs sobre a autenticidade do material, especialmente em tempos de manipulação digital. Ringo, no entanto, foi categórico ao afastar polêmicas. “Não se trata de Inteligência Artificial”, garantiu o músico. Ele explica que não há simulação; é a voz real de Lennon, o baixo de Paul, a guitarra base gravada por George e sua bateria. O processo recente envolveu apenas a limpeza e mixagem dessas faixas. “É comovente, porque nós quatro estamos lá, e nunca mais haverá isso”, desabafou, classificando a canção como linda, apesar da “loucura” midiática em torno do lançamento.

Quando questionado sobre o motivo de lançar essa relíquia somente agora, Ringo manteve o bom humor característico, sugerindo que Paul McCartney devia ter tido “um dia lento” e decidiu retomar o projeto. Vale lembrar que Ringo e Paul são os únicos guardiões vivos do legado, após o assassinato de Lennon em 1980 e a morte de Harrison em 2001, vítima de câncer.

A nova fase de Plant e a sombra de Janis Joplin

Enquanto os Beatles fecham seu ciclo, Robert Plant, aos 77 anos, continua a redefinir sua carreira longe da sombra colossal do Led Zeppelin. Em entrevista ao CBS Mornings, o cantor revisitou memórias afetivas, especificamente sua amizade com Janis Joplin. A cantora, falecida precocemente aos 27 anos em 1970, foi lembrada por Plant não apenas pelo talento visceral, mas pelo cuidado pessoal. Com um brilho no olhar, ele recordou que Joplin costumava “cuidar dele” e até trazia remédios e misturas para ajudar sua voz quando ela estava áspera.

Mas Plant não vive apenas de memórias. O músico lançou em 26 de setembro de 2025 seu décimo segundo álbum de estúdio fora do Zeppelin, intitulado Saving Grace. O projeto conta com a vocalista Suzi Dian e uma banda de apoio consistente, incluindo Oli Jefferson na bateria e Tony Kelsey na guitarra.

Para promover o novo trabalho, o grupo tem uma turnê agendada pelo Reino Unido para dezembro, começando no Portsmouth Guildhall no dia 8. Sobre essa nova etapa, Plant utilizou uma metáfora de transporte para ilustrar sua jornada artística: “Acho que finalmente desci de todos os ônibus que levavam a um destino específico na minha carreira e simplesmente entrei neste ônibus, e isso é… está tudo bem”. Para o ícone do rock, esse novo veículo representa, literalmente, sua “graça salvadora”.